A guerra midiática entre Israel x Irã
- Ian Garuti

- 18 de jun.
- 3 min de leitura
No dia 13 de junho de 2025, os iranianos foram acordados com várias explosões vindas de mais de 200 caças de guerra enviados por Israel. A ofensiva israelense buscava atingir bases iranianas com estoques de urânio, chefes e cientistas militares a fim de mitigar o risco do desenvolvimento de bombas atômicas pelo país. O que vocês não sabem é que esse conflito começa muito antes disso.
Em 1948, o clima era de paz entre ambos. O Irã foi um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel; pois entendiam também que a força bélica estadunidense dedicada à Israel poderia ajudar em conflitos no Oriente Médio, o que contribuía para a boa relação entre as duas nações.
Israel por sua vez, ajudava o desenvolvimento iraniano ensinando e treinando parte da população a se especializar na agricultura e no serviço militar. Irã retribuía sendo o principal parceiro comercial de petróleo de Israel, item essencial para o desenvolvimento do Estado naquela época. Inclusive, Irã abrigava naquele momento, a segunda maior população judaica do mundo; atrás apenas, claro, de Israel.
Já em 1979, Irã passa por uma revolução que derruba o então monarca, Xá Mohammad Reza. Esse sempre adotou uma política pró ocidente, prezando pelas boas relações com Israel e países aliados. Após a queda desse governo, Ruhollah Khomeini assume a cadeira e muda bastante das coisas como era antes.

A partir desse ponto, Irã decide romper toda e qualquer simpatia que carregava com o ocidente até então. Corta todas as relações diplomáticas com Israel, inclusive chamando o Estado israelense de “entidade sionista usurpadora” em seus discursos oficiais. Como se não fosse suficiente, começa a apoiar e financiar movimentos armados contra Israel como Hezbollah, do Líbano e Hamas, na Palestina.
De lá pra cá, esse conflito só aumenta. Em 2006, Irã foi acusado por Israel de fornecer os mísseis que fizeram o Líbano (Hezbollah) atacar o norte de Israel. Quatro anos depois, em 2010, Irã intensifica seu programa nuclear e é” atrapalhado” por um vírus cibernético desenvolvido por Israel e Estados Unidos.
A partir de 2020 o conflito chega no auge. Os Estados Unidos, junto com o apoio de Israel, assassinam um dos generais iranianos mais influentes da época. Além disso, a guerra na faixa de Gaza só se intensifica sem trégua alguma de nenhum dos lados. E no ano passado, Israel intercepta um ataque de mísseis a civis, coordenado pelo Irã.
Mas por que o conflito parece ter piorado agora? Simples.
Desde 2021, o Irã parou de cooperar com Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU que fiscaliza o programa nuclear de vários países. Atualmente, eles não informam qual é o estoque de urânio enriquecido que têm (principal componente para formulação de bombas atômicas), restringem acesso aos inspetores da AIEA e desligaram inúmeras câmeras de monitoramento.
Temendo que o Irã pudesse desenvolver essas bombas atômicas e que Israel fosse o alvo; o país israelense resolveu atacar de forma preventiva, várias bases de desenvolvimento militar no dia 13/06/2025. Isso desencadeou uma série de ataques de ambas as partes.
A questão principal agora é que, Israel busca derrubar o governo atual, a fim de conseguir um governo pró-Israel no Irã, assim como era até 1979. Para isso, estão fazendo uma guerra midiática também.
Como?
Israel vem emitindo comunicados de evasão de locais de ataque em Persa (idioma oficial do Irã), além de atacar pontos-chave da economia iraniana como refinarias, postos de combustível etc. A tentativa de Israel é tentar mostrar proatividade em não matar inocentes ao fazer avisos na língua nativa do Irã; além de tentar prejudicar a economia do país iraniano e causar revolta popular.
No entanto, o clima geral é tenso não só pela guerra, mas pelos aliados que estão em cada uma das forças. Do lado de Israel, temos Estados Unidos, Reino Unido, França, entre outros. Do lado iraniano, Rússia, China, Coreia do Norte etc.

Nesse exato momento, caças americanos estão sendo enviados para bases estadunidenses, o presidente americano Donald Trump diz que espera rendição total do Irã e diz: "Nós sabemos exatamente onde o chamado 'líder supremo' está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá — nós não vamos tirá-lo de lá, ao menos não por enquanto. Mas nós não queremos mísseis disparados em civis, ou soldados americanos. Nossa paciência está acabando”.
Enfim, seguimos à espera dos próximos passos.


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